O Federal Reserve aumentará as taxas de juro mais rapidamente do que os investidores esperam, disse um alto funcionário do Fed na segunda-feira (21), tentando mais uma vez enfrentar o que ele chamou de visão pessimista em relação à economia e política monetária dos EUA.
Pela segunda vez em semanas, o presidente do Boston Fed, Eric Rosengren, advertiu que os mercados de futuros, prevendo apenas um aumento modesto da taxa em cada um dos próximos anos, estão errados. Ele disse que a inflação dos EUA estava agora "muito mais próxima" da meta do Fed. Minimizou ainda o fraco crescimento no primeiro trimestre e disse que a economia está "fundamentalmente sólida".
Os comentários sugerem que mesmo a ala leve do Fed se sente desconfortável com o profundo ceticismo dos mercados quanto à capacidade do banco central de levar a cabo o ciclo planejado de arrochos frente à uma desaceleração no exterior e uma demanda global reduzida.
"Embora eu acredite que graduais ... aumentos da taxa são totalmente adequados, não acho que os riscos sejam tão elevados, nem a perspectiva seja tão pessimista, a ponto que justifique a trajetória excepcionalmente rasa da taxa de juros atualmente projetada nos mercados de futuros", disse Rosengren, um votante sobre as políticas do banco este ano e integrante da "ala leve" do Fed, ou aqueles que normalmente querem manter as taxas mais baixas.
O Fed aumentou modestamente as taxas que figuravam quase em zero em dezembro, sua primeira política de aperto em quase uma década. Embora os mercados de futuros não prevejam mais aumentos até dezembro, os economistas consultados pela Reuters consideram junho como o momento mais provável para uma segunda rodada. Projeções do Fed preveem cerca de mais dois aumentos antes do final do ano.
Embora Rosengren não tenha falado sobre a data em que o Fed poderia tomar a inciativa, seu discurso confiante parecia destinado a manter a porta aberta para um aumento em junho.
Ele disse que um forte crescimento nos empregos e mais participação no mercado de trabalho compensaria o que provavelmente será um crescimento do PIB de menos de 1% no primeiro trimestre. Observou também que medida de preços preferida do Fed, em 1,7%, caminha para a meta de 2% do banco central.
Previsões de mercado para os juros têm sido consistentemente mais cautelosas do que as do Fed, que teve de voltar atrás em previsões mais agressivas ao longo dos últimos anos.
No entanto, Rosengren deu a última alfinetada nos mercados de futuros afirmando que uma trajetória extremamente gradual de subida nas taxas correria o risco de sobreaquecer da economia.
Ele pontuou que, embora seja bastante apropriado verificar quão baixo o nível desemprego, agora em 5%, pode ir, tais "projeções conservadoras das taxas de juros não parecem consistentes com a visão de futuro da economia que eu e muitos outros compartilhamos".