Seria uma enorme surpresa se o banco central americano anunciasse um aumento dos juros em Junho. O impasse político na Grécia e a subida da taxa de desemprego americana para 5.5% somente criam incertezas no mercado financeiro.
É inegável que existe animosidade entre os participantes do mercado após o forte aumento no número de empregos não-agrícolas nos Estados Unidos para 280k, contribuindo para a valorização do dólar contra outras moedas.
Entretanto, não podemos considerar apenas este indicador fundamental para uma potencial intervenção do FED.
O famoso apresentador de negócios da CNBC, Jim Cramer, disse que : " Se você colocar no contexto unicamente americano, nós deveríamos agir em Junho ". "Se nós tomarmos uma percepção internacional, ainda existem incertezas evidentes, vamos esperar três meses ".
E reitera: " Cristina Lagarde está correta. Se nós aumentarmos os juros, eu penso que muitas outras incertezas virão. Eu gosto do crescimento do mercado de trabalho; Eu acho que o FED somente tomará uma postura decisiva em Setembro".
A primeira intervenção do FED deverá causar um aumento nos investimentos internos no país, afetando o fluxo de capital estrangeiro no mercado financeiro Brasileiro.
Shannon O'Neil, conselheiro das relações exteriores da América Latina,alertou que o consumo doméstico brasileiro poderá ser afetada pela intervenção americana, tornando a compra de produtos via cartão de crédito mais complicado.
Somente em 2015, a moeda americana obteve uma valorização em mais de 14% contra o real brasileiro. Muitos investidores deixarão de investir nos títulos públicos do Brasil para comprar títulos norte-americano, impactando a taxa de câmbio para o segundo semestre.